quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A influência do nacionalismo nas revoluções do século XIX.


O nacionalismo é uma identidade formal suficientemente poderosa para poder unir lealdades pré-existentes: mito de origem comum, raça, língua, religião e território.Todavia, se a raça, a língua, a religião e o território podem fortalecer a consciência de nacionalidade,o mito de origem comum é indispensável: nenhum grupo linguístico ou cívico pode desenvolver o fenômeno de nacionalismo. Assim, o sentimento nacional é um estado de espírito,

resultante do meio social e da educação/cultura. Estamos a fazer, necessariamente, referência à evolução do pensamento, do século XIX para a actualidade. Antes disso, o nacionalismo não existia tal como hoje o entendemos. Havia formas de lealdade para com uma dinastia, ou havia formas de lealdade individual ou de sacrifício à nação. É de salientar que existe uma diferença fundamental entre o Leste e o Oeste da Europa; entre a Europa do Ocidente e o resto do Mundo; entre os casos em que existe uma longa e antiga tradição do estado que forma uma nacionalidade e aqueles em que essa tradição não existe


A inadência de ideia nacionalistas nas revoluções de 1830 e 1848.


De 1830 a 1848/50, a grande diferença é que o nacionalismo passa de uma ideologia liberal para uma ideologia democrática. Nestes quase vinte anos, os movimentos de tipo nacional são conduzidos por uma ideologia democrática, em quase toda a parte. Esta conjunção entre democracia e o nacionalismo alarga-se com as revoluções de 1848, que representam simultaneamente a emancipação nacional e a afirmação da soberania do povo. Há, em 1830, uma divisão do movimento geral a favor da revolução, cujo principal resultado são os movimentos conscientemente nacionalistas. Por esta altura, os movimentos de ‘juventude’ inundam a Europa ­­_ «Jovem Itália, Jovem Alemanha, Jovem Suíça, Jovem Polónia»_ todos com inspiração em Mazzini, o ideólogo nacionalista. Estes movimentos têm apenas uma importância enquanto símbolos, na medida em que representam a fragmentação do movimento revolucionário europeu em sectores nacionais. Cada um destes movimentos tinha ainda a aspiração de representar para os restantes o papel de salvador, de um messias. Aspiravam a ter o mesmo papel que Paris teve, outrora, como inspiradora das revoluções baseadas na Revolução Francesa. No entanto, olhar para uma vaga ‘Itália’, uma vaga ‘Polónia’ ou ‘Alemanha’ não fazia sentido a não ser para italianos, alemães ou polacos, mesmo porque estes movimentos eram representados por conspiradores emigrados



O Nacionalsmo nas unificações Italianas e Alemã

As unificações italiana e alemã alteraram profundamente o quadro político da Europa no século XIX, rearticulando um equilíbrio de forças que resultaria na I Guerra Mundial (1914­ - 1918). Na base desses processos estavam os movimentos liberais, acentuadamente nacionalistas nestes países. No mesmo contexto, de consolidação dos Estados Nacionais, insere-se a Guerra de Secessão nos EUA.

O caso italiano


Com as transformações econômicas e sociais que atingiram a Europa no século XIX, o norte da Península Itálica se desenvolveu. A industrialização impulsionou o comércio e as cidades explodiram. Criou-se uma infra-estrutura ferroviária

A alta burguesia queria a unificação, que garantiria o progresso e lhe daria possibilidades de concorrer no mercado externo. Para ela, a unificação tinha significado apenas liberal; o nacionalismo não passou de instrumento. Seus objetivos se resumiam no movimento chamado Risorgimento

A média burguesia, aliada ao proletariado urbano, desejava um Estado que adotasse medi­das econômicas e sociais de tendência democrática. Preferia uma unificação em termos republica­nos, enquanto a alta burguesia queria unificar o mais fácil e rápido possível, em torno do reino mais forte da Itália: Piemonte-Sardenha

            O caso Alemão

          Na Prússia, a burguesia tentou controlar as despesas reais, criando um conflito político que durou até 1861, quando o rei Guilherme I convidou Bismarck para ministro. Ele era antiliberal, pró-monarquia e contra o poder da burguesia, mas devotado à causa da unificação.

Bismarck achava que a unidade alemã deveria ser obtida pela força, através de uma luta contra a Áustria. Por isso, organizou militarmente o Reino da Prússia. Os burgueses se negaram a aprovar o aumento do tempo de serviço militar obrigatório e a elevação dos impostos, para financiar mais contingentes militares. Com aprovação apenas da Câmara dos Nobres, Bismarck passou a governar despoticamente e transformou o exército em instrumento da unificação alemã. Explorando os desacertos internacionais, venceu por etapas a Dinamarca, a Áustria e, finalmente, a França.

Nenhum comentário:

Postar um comentário